Descrição enviada pela equipe de projeto. Sobre a estrutura de uma antiga mansão de 1930, é proposta uma intervenção baseada na constelação de objetos, cores e caráter.
O posicionamento estratégico de cada um - às vezes disruptivo com a lógica do existente - transforma a especialidade da casa e redefine o papel de cada um dos recintos que compõem o programa. Isto se intensifica pela remoção do adobe que reviste algumas das paredes divisórias entre ambientes, deixando exposto o esqueleto estrutural de carvalho e gerando novas relações visuais num exercício de "striptease".
O caminho de uso - de residencial a cultural, de privado a público - é advertido pela escala dos novos elementos que respondem e antecipam esta nova ordem, como um reflexo da natureza dos eventos que ocorrem no lugar.
A intervenção mais importante ocorre ao inserir um pequeno teatro - no local que antes era uma sala de jantar para 200 pessoas com uma série de intervenções precárias posteriores. O teatro é um objeto introvertido e monolítico em seu exterior, apenas três vãos interrompem sua fachada. O interior, ao contrário, é suave e expressivo, cortesia de uma envolvente acústica de fabricação artesanal baseada em tiras de pinheiros de diferentes secções.
Tanto a mansão como o teatro, funcionam como cenário para música e dança. Os artistas se movem junto com o público a partir de um pátio interior caracterizado pela chaminé de seis metros de altura, a sala expositiva e, finalmente, o teatro.
O resultado final é uma arquitetura de coisas, onde o novo - de desenho abstrato e monocromático - está em constante tensão com a arquitetura historicista da mansão, num deliberado jogo de contrastes.